quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ÉTICA NO FUTEBOL

Brasileirão 2009: "um dos mais disputados de todos os tempos"

O futebol ainda é a grande diversão de muitos brasileiros. Seja na pelada de várzea ou na disputa de uma final de Copa do Mundo. Mas esse esporte tão amado por muitas pessoas espalhadas pelo mundo está, a cada dia, se parecendo mais com um grande negócio do que com um esporte.

O interesse dos patrocinadores, apostadores e emissoras de TV está acima da ética esportiva, da paixão do torcedor que vai ao estádio e volta pra casa depois da meia-noite, que compra camisa e faz loucuras pelo seu time do coração.

O que se tem visto na reta final do Brasileirão deste ano tem contornos suspeitos, risíveis e vexatórios. E lições múltiplas de falta de ética, deselegância e falta de profissionalismo como jamais se poderia esperar dessa "era do fair-play" que a FIFA tanto badala. A imprensa, é claro, nada diz. Os repórteres-baba-ovo enaltecem os tiranos; os colunistas Pôncio Pilatos lavam suas mãos para não perderem quorum. Eis a pátria mãe gentil exercendo seu requinte de madrasta à luz do dia, com todos os seus filhinhos degradados fingindo não verem nada!


Quem não viu alguns jogadores do Corinthians, uma semana antes do jogo contra o Flamengo, deixarem claro que entregariam o jogo pra prejudicar os rivais. Foi jogador inventando contusões, goleiro dizendo que não  vai pegar penalti. E todo mundo acredita que não houve "entega de jogo". O primeiro gol rubro-negro nasceu de uma jogada em que um lançamento de longa distância deixou Zé Roberto mano a mano com... Jucilei! Sim, Jucilei! O torcedor rubro-negro da coletiva do Corínthians! Se não tivesse visto a entrevista de Jucilei,  poderia simplesmente achar que foi falha grotesca de um péssimo jogador. Isso mostra que mais uma vez venceu a malandragem e trapaça como marca nacional.

O que não é noticiado pra não "manchar o título" do Flamengo é que o Corínthians entregou o jogo para o Palmeiras não ser campeão. O Grêmio quer entregar o jogo para o Inter não ser campeão. Falaí, moçada! Falem aí, senhores jornalistas bem pagos dos debates esportivos nas redes de televisão. É isso que vocês chamam de "o campeonato mais disputado dos últimos anos"? É isso que a gente chama de "emoção do futebol", "caixinha de surpresas", "emoção pra valer"??? Depois do penta que nunca foi penta, vem aí o hexa que nunca foi hexa?

E o negócio futebol ainda é a paixão do povo brasileiro. Mesmo  com todas as atrocidades que vem acontecendo. Mas como esperar ética no futebol se o nosso Presidente da República declara que "uma imagem não fala por si". Como todos nós sabemos que somos um país de homens honestos e íntegros, de apurações decentes, justiça infalivel e cadeia certa para os criminosos, acreditamos piamente nas palavras do "filho do Brasil" e de que no futebol não há manipulação de resultado.

E é claro, para um campeonato onde a surrupiação e a malandragem falaram mais alto só podia ter mesmo um time símbolo de toda articulação mesquinha do nosso povo como grande favorito ao título.

Nenhum comentário: