Sempre que se fala em soluções políticas para a cidade de Patu, fala-se em renovação política, fala-se não só em novos políticos, mas também em políticos novos. Renovar é essencial, faz parte do ciclo natural da vida, onde o velho sempre acaba dando lugar ao novo, é inevitável e benéfico à sociedade e assim o é, também, no universo político, quer seja em Patu, quer seja em qualquer parte desta República.
No entanto, diante da crise de moralidade que enfrentamos há muito tempo em todas as esferas políticas deste país, cabe uma reflexão: Será que precisamos tão somente de novos personagens no cenário político desta malsinada democracia? Creio que não. Renovar é imprescindível, no entanto, urge que, concomitantemente ao desejo de trocarmos figurinhas carimbadas por figuras novas, exijamos mudanças profundas na forma de pensar e de agir daqueles que se propõem a representar o povo, quaisquer que sejam a idade e a experiência política.
É debruçado sobre essa modesta reflexão que observo com um misto de tristeza e indignação um comportamento que, embora insignificante para alguns, trás para a vindoura campanha política desta cidade um sinal amarelo de alerta. Falo dos adesivos de propaganda de alguns ditos candidatos que já se encontram visíveis em carros e motos que transitam diariamente nesta cidade.
É preciso esclarecer aos menos esclarecidos e aos sínicos de plantão que propaganda política tem dia pra começar e dia pra terminar, qualquer manifestação característica fora dessas datas previstas na legislação é crime, é desrespeito não só a lei, mas também à sociedade e àqueles que labutam por uma democracia de verdade, onde os representantes sejam modelos de honestidade e decência para os representados.
Para compor e finalizar o raciocínio, ficam algumas perguntas que só a população de Patu pode responder: É essa a renovação política que Patu precisa, onde alguns candidatos da “new generation” incorporam velhos e desonestos hábitos para ludibriar a legislação e a população? Será que o velho conceito de ser o mais “esperto” vai ser o fiel da balança a definir o resultado das urnas nas próximas eleições? Será que aqueles que antecipadamente se mostram descumpridores da lei vão ser fiéis a algo ou a alguém depois de eleitos? Será que campanha política tem que ser sinônimo de desonestidade e desrespeito?
Como cidadão desta terra que já me considero, torço e acredito numa Patu melhor, onde verdade e justiça transcendam o conceito jurídico e sejam muito mais que expressões de mera retórica; onde a experiência e o exemplo dos mais velhos sejam espelho de excelência para os mais novos; onde o que há de vir possa sentir-se acolhido e protegido muito antes de aqui chegar; onde, bem mais alto que todas as serras, possa estar o orgulho dos patuenses aqui nascidos ou adotados de coração.
Por PAULO GUSTAVO DA SILVA LINS
Chefe do Cartório Eleitoral 37ª Zona e Cidadão Patuense
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